quinta-feira, 30 de outubro de 2008

A lei do TUDO e a verdade do NADA

Vivemos na reprodução utópica do conceito de liberdade. A falsa criação de opções para nossas vidas reprime a vivência de momentos realmente significativos. Ou você ainda acha que abriram um novo bar na cidade e que agora temos mais opções de lazer?! Ou que 10 salas de cinema num mesmo complexo nos dá a liberdade de escolher o que vamos assistir e o que nos tornaremos depois disso?! Ou as milhares de bocas no carnaval te trazem a idéia de não pertencimento a ninguém ou a nenhuma classe?! Acredita que a “liberação sexual” trazida pela TV é verdadeira e que a sociedade está preparada para ouvir suas mais diversas aventuras?!
O que existe é uma completa indução nos caminhos de sua vida. Toda essa liberação não passa de um círculo vicioso que te deixa em órbita, agindo de acordo aos desejos criados pra você. Toda essa falsa liberdade tem a intenção de alimentar as redes criadas pra te fisgar e te jogar em certezas que não são suas.
Nada mais desaparece. Todas suas vontades apenas dão lugar a outras vontades que direta ou indiretamente foram levadas até você num processo indutivo e destrutivo, ou você ainda quer aquele celular, ou aquela pessoa que estava ontem?
Não sabemos mais o que é o valor. Todas essas modificações que sofremos nos desorienta e tira qualquer possibilidade da descoberta que tínhamos anteriormente sobre valores. O perverso tornou-se o admirado, o amigo tornou-se o estranho, o objeto tornou-se o desejo, minhas palavras tornaram-se a fuga.
O máximo de sexualidade com o mínimo de reprodução ou o máximo de reprodução com o mínimo possível de sexo? Pra mim fica fácil escolher a primeira opção, mas toda essa inversão de valores confunde nossas cabeças e nos leva a uma idéia de completa desorientação sobre nosso momento. O corpo passou de metáfora da alma, para a metáfora do sexo e agora não sabemos mais que merda é o corpo humano, pra que serve e como devemos usá-lo; não confundam isso com liberdade, isso é uma alienação trazida para nos tornarmos flexíveis em conceitos que antes eram nossos e agora tentam implantar em nossas cabeças.
O ser humano não está livre, criamos a dependência de nos informarem o que fazer, o que desejar e até mesmo o que amar ou odiar. TUDO é permitido, tudo é político, tudo é proibido, tudo é sexual, tudo é estético, tudo é real, tudo é utopia. Precisamos compreender que quando tudo é alguma coisa, essa coisa perde o sentido, perde o encanto, as barreiras a serem construídas ou derrubadas desaparecem e o que passa a fazer sentido é o NADA.

4 comentários:

Elma da Paz disse...

DIMAS GOSTEI DEMAIS COMO ESCREVE E COMO SE COLOCA, PARABÉNS, MAS PARABÉNS PRINCIPALMENTE PELAS COLOCAÇÕES TÃO SINCRONIZADAS COM O SENTIMENTO DO INCONSCIENTE.

Lucci disse...

moço!
muito bom o texto. sempre nos brinde com ótimas reflexões acerca de temas tão instigantes...
dia desses, mando algo para você postar, viu?
beijos e um graaaaaande abraço!

Anônimo disse...

se os caminhos não são calmos e os ventos chegam por todas as direções e te mostram multiplos horizontes, eu me mantenho forte, procuro mover-me e enxerga-los

e sigo sozinha, contra ou a favor deles

--- Parabéns pelos talentos que vc faz questão de me mostrar e por esses q vc não mostra a ninguém. te amo por tudo isso!

Dimas Gabriel disse...

valeu galera, abraço caloroso!
sintam-se "acarinhados"...
heheheh
valeeeeeeu pela palavra!